Quando o marido não a procura…
Estudos realizados no
Brasil
revelam que as mulheres estão insatisfeitas sexualmente com os seus
parceiros. Estas mulheres têm relações sexuais menos de dez vezes
por ano.
Para a grande
maioria das mulheres que casam, ser feliz no casamento implica uma
vida sexualmente satisfatória.
Mas o que é uma
vida sexualmente satisfatória? Por muito de subjetividade que pode
ter esta questão, pois tem a ver com a expectativa de cada um,
tentarei de seguida dar uma noção.
Através dos
estudos realizados por questionário a várias mulheres: uma vida
sexualmente satisfatória deve-se a três principais componentes:
preliminares, orgasmo, e frequência de atividade sexual.
Os problemas do
casal podem ser variados, mas o sofrimento pode ser para ambos. O
número de casais que procura Terapia de casal para avaliar e tentar
solucionar o problema, tem aumentado. O importante é conhecer as
dificuldades para facilmente tentar ultrapassá-las.
Libido
Os fatores de
predisposição para a ausência de desejo sexual surgem de quatro
grandes áreas: A pessoa; A família de origem (fatores transmitidos
através das gerações); A relação do casal ou Aspectos clínicos.
Autoconfiança
A autoconfiança
é um ingrediente importante para que haja atração mútua. Caso o
toque ou as conversas íntimas tenham ficado para os primeiros anos
de namoro, a situação pode ficar descontrolada. Pois a vergonha, um
sentimento de culpa ou a dificuldade de como dar o primeiro passo
torna-se o grande problema
Sentimentos
negativos
Numa situação
que já se prolonga, a frustração transforma-se em raiva quando a
mulher não consegue obter o que deseja. A raiva faz com que ela
fique ressentida com ele, diminuindo a qualidade da relação do
casal, tal como um círculo vicioso. As consequências deste jogo de
“só te dou, se me deres” podem ser mais profundas do que uma
mera insatisfação sexual.
Medo
de terminar a relação
Muitas mulheres
fixadas no homem dos seus sonhos, presas a um casamento idealizado e
medo de um divórcio ficam com uma atitude demasiado passiva, pois o
querer agradar é tanto que se esquecem delas próprias. O homem aos
poucos dá por si com uma mulher que estará sempre ao seu dispor,
que não diz “não” a nada. Quando a própria mulher se despreza
dessa forma, fará o homem o mesmo.
A
cobrança
Numa tentativa
de mudar o comportamento do seu parceiro por vezes refere a falta de
sexo que tem tido, levando-o a um sentimento frustração ou
vergonha. Esta cobrança, por vezes, é em grupo, o que pode levar ao
abismo da relação. Quando cobra o seu parceiro, está a estabelecer
uma relação de estresse. Caso esses momentos se repitam o seu
companheiro associará o estímulo sexual que era positivo a negativo
e estressante, o que o afastará.
Onde procurar
ajuda? Com quem devo falar? Com a mãe, irmão, irmã, amigos, um
psicoterapeuta de casal? O seu parceiro a acompanharia? É importante
não envolver os seus filhos. Mas tem que falar com alguém, porque
guardar o problema só para si é pior do que o problema propriamente
dito.
Para encontrar
uma solução é crucial ir ao cerce da questão. Deve ter uma certa
cautela quando lidar com o problema porque uma abordagem errada pode
fortalecer o círculo vicioso e levar à rotura. Já não se sente
atraída pelo seu parceiro ou haverá algum problema mais sério na
relação que se esteja por detrás da vida sexual?
Na verdade, a
falta de sexo é a causa de todos os problemas que daí advêm, e a
impossibilidade de a resolver pode ser o motivo do divórcio. Nas
relações interpessoais os ciclos viciosos ocorrem sem que os
intervenientes se apercebam.
Quando tem
noção do que se passa, o problema assume novas dimensões. O
círculo vicioso pode ser quebrado quando se tem consciência dele.
Em Psicoterapia
é importante que o casal fique com consciência do seu problema e da
personalidade real de cada um aceitando-se um ao outro com as suas
potencialidades e dificuldades. Uma terceira pessoa pode dar-lhe uma
visão diferente da situação e ajudar a descobrir o que os sufoca,
melhor do que uma pessoa da família, que está envolvida pelos laços
da relação, e que pode tirar partido de um dos lados.
Numa segunda
sessão o terapeuta avalia a relação com escalas de avaliação.
Uma avaliação global da personalidade também é importante para
que ambos (psicoterapeuta e casal) saibam qual irá ser o caminho
mais fácil a seguir.
Ao longo das
sessões são abordadas as visões de cada um, desconstruindo-se a
culpabilização mútua e abrindo espaço para a reflexão da relação
que tem vindo a ser tecida entre o casal.
O
autor de este artigo é Sonia
Moura Sequeira, Psicóloga Clínica
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