Esfinge de Gizé
A Grande Esfinge de Gizé é uma estátua composta de corpo de um leão e uma cabeça humana situada no planalto de Gizé, ao norte do Egito em sua margem oeste do rio Nilo, nos arredores da atual metrópole do Cairo. A grande esfinge é uma das maiores estátuas lavradas em uma única pedra em todo o planeta e foi construída pelos antigos egípcios no terceiro milênio antes de Cristo possivelmente pelo faraó Quéfren. Porém, existe um grupo de pesquisadores que afirma que a esfinge seria muito mais antiga, datando de, no mínimo, 10.000 a.C., baseando-se na análise do calcário e sinais de erosão provocados pela água.
Etimologia
A Grande Esfinge com a Pirâmide de Quéfren ao fundo. Não se sabe ao certo qual seria o nome usado pelos egípcios antigos para designar a Esfinge. A palavra "esfinge" foi usada já na Antiguidade clássica baseando-se numa criatura da mitologia grega formada pelo corpo de um leão, a cabeça de uma mulher e asas de águia, embora as estátuas egípcias tenham a cabeça de um homem e sem as asas. A palavra “esfinge” deriva do grego σφινξ, aparentemente do verbo σφινγω, que significa “estrangular”, já que a esfinge da mitologia grega estrangulava todos que não conseguissem decifrar suas charadas.
Características
A Grande Esfinge foi esculpida em pedra calcária, tendo 57 metros de comprimento, 6 metros de largura e 20 metros de altura, tornando-a a maior estátua esculpida em apenas um bloco de pedra em todo o mundo. A esfinge olha para o leste e possui um pequeno templo situado entre suas patas.
História
Após o abandono da necrópole de Gizé, a esfinge foi soterrada até seus ombros pela areia do deserto e a primeira tentativa de “desenterrá-la” ocorreu por volta do ano 1400 a.C., no reinado de Tutmés IV, que depois colocou uma laje de granito entre suas patas conhecida como Estela do sonho, com a seguinte inscrição:
... o filho real, Tutmés, chegou, enquanto caminhava ao meio-dia e sentando-se à sombra deste poderoso deus, foi superado pelo sono e dormiu no exato momento em que Rá estava na cúpula [do céu]. Ele descobriu que a majestade deste deus falou-lhe com sua própria boca, como um pai fala para o filho, dizendo: Olhe para mim, contemple-me, ó Tutmés meu filho, eu sou o teu pai, Harmakhis-Khopri-Ra-Tum, eu conceder-te-ei a soberania sobre o meu domínio, a supremacia sobre a vida... Eis a minha condição real para que te proteger todos os meus membros perfeitos. A areia do deserto whereon que estou colocado cobriu-me. Salve-me, fazendo com que tudo o que está no meu coração seja executado.
Mais tarde, Ramsés II, o Grande pode ter realizado uma segunda escavação.
Somente no ano de 1817 foi realizado uma restauração supervisionada pelo italiano Giovanni Caviglia, descobrindo todo o peito da estátua e apenas em 1925 a esfinge foi revelada.
Em 1931, engenheiros do governo egípcio repararam a cabeça da esfinge, quando parte de seu turbante caiu em 1926 devido à erosão que também tinha cortado profundamente em seu pescoço.
Não se sabe o paradeiro do nariz da estátua, de um metro de largura. Segundo lendas, o nariz teria sido arrancado por balas de canhão da artilharia de Napoleão Bonaparte ou também por tropas britânicas, até mesmo pelos mamelucos. Todavia, desenhos da esfinge feitos por Frederick Lewis Norden feitos no ano de 1737 e publicados em 1755 já ilustram a estátua sem o seu nariz. O historiador egípcio al-Maqrizi, do século XV, atribui o vandalismo a um fanático sufi chamado Muhammad Sa'im al-Dahr que, em 1378, após observar que camponeses deixavam oferendas à esfinge na esperança de aumentar suas colheitas, teria destruído a parte mais frágil da estátua na esperança de dissuadi-los de tal prática.