Mulheres que fizeram a diferença na história do Brasil
Muitas
mulheres já fizeram história. Muitas
já contribuíram para causas especiais e importantes que são
lembradas até hoje. Vamos listar aqui algumas que não podem ser
esquecidas, pois são motivo de muito orgulho para nós mulheres.
Se for citar todas encontraremos muitas que ao longo da história, não só mundial, mas brasileira também que marcaram sua época com atitude de bravura não só em lutas armadas como também, para causas sociais e cultura do nosso país. Mulheres que jamais devem ser esquecidas.
Infelizmente notamos que as novas gerações, não tem conhecimento e tão pouco interesse nestas questões e é por isso que não devemos deixar de relembrar o quão importante foram.
Cora Coralina
Apesar
de ser considerada uma das poetisas mais importantes da literatura
brasileira, Cora Coralina, pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães
Peixoto Bretas, só publicou o primeiro livro, Poemas
dos Becos de Goiás e Estórias Mais,
aos 76 anos.
Antes
disso, criou quatro filhos trabalhando como doceira após a morte do
marido e não chegou a terminar o ensino fundamental.
Cora
ficou conhecida por escrever sobre a cidade de Goiás e, embora não
falasse sobre a questão de gênero na sua obra, é considerada por
especialistas como uma escritora pioneira e libertária que enfrentou
os preconceitos da sociedade para mostrar a contribuição das
mulheres.
Irmã Dulce
Maria
Rita de Sousa Brito Lopes dedicou a vida a ajudar as pessoas carentes
e é uma das ativistas humanitárias mais importantes do século 20.
Ela
mostrou aptidão e desejo para essas atividades ainda pequena - aos
13 anos transformou a casa dos pais em Salvador em um centro de
atendimento aos necessitados, pobres e doentes.
Conhecida
como "o anjo bom da Bahia", ajudou a fundar diversas
instituições filantrópicas, como o Hospital Santo Antônio. Foi
indicada ao Prêmio Nobel da Paz em 1988 e beatificada em 2011.
Lina Bo Bardi
Nascida
na Itália e naturalizada no Brasil, Lina nasceu Achillina Bo e veio
para o Brasil em 1942 para se afastar da instabilidade política da
Europa, que a deixava inconformada.
Aqui,
abriu caminho para as mulheres na arquitetura e foi responsável
pelos projetos do Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis
Chateaubriand) e do Sesc Pompeia, entre outros prédios emblemáticos.
Estudiosa
da cultura brasileira, Lina tinha um forte engajamento político e
acreditava que a arquitetura deveria simples e uma ferramenta para
melhorar a vida da sociedade e dos mais pobres - e criticava a
ostentação.
Apesar
da contribuição para a arquitetura, ela não teve tanto
reconhecimento em vida e enfrentou muitos preconceitos por ser mulher
e estrangeira.
Maria Quitéria
Primeira
mulher a entrar nas Forças Armadas e a defender o Brasil em combate,
Maria Quitéria de Jesus Medeiros é frequentemente comparada a Joana
d'Arc. Foi uma das heroínas da Guerra da Independência.
O
pai dela não permitiu que se alistasse, mas em 1822 ela fugiu de
casa, cortou os cabelos, se vestiu como homem e se juntou ao
Regimento de Artilharia.
Foi
descoberta pelo pai logo depois, mas teve a permanência na tropa
defendida por um major por causa de sua disciplina e destreza com as
armas. Depois do serviço militar, foi perdoada pelo pai, se casou e
teve uma filha.
Clementina de Jesus
Uma
das principais sambistas de todos os tempos, Clementina foi empregada
doméstica até ser descoberta e reconhecida já com mais de 60 anos.
Famosa
pelo repertório de músicas de raízes afro-brasileiras
tradicionais, ela foi importante por registrar e divulgar cantos
ancestrais dos escravos na história da música.
Sua
biografia, intitulada Quelé
- A Voz da Cor, foi lançada no ano passado.
Nise da Silveira
Psiquiatra brasileira e aluna de Carl Jung, Nise ficou conhecida pela
contribuição pela luta antimanicomial e por ter implementado a
terapia ocupacional e as artes no tratamento das doenças
psiquiátricas no processo terapêutico.
Ela
se formou em 1926 - era a única mulher em uma turma com 157 alunos.
Chegou a ser presa durante o Estado Novo, acusada de envolvimento com
o comunismo, e dividiu a cela com Olga Benário, militante do
movimento no Brasil.
Nise
criticou, discutiu e revolucionou o tratamento psiquiátrico e as
condições dos manicômios no Brasil.
Zilda Arns
Zilda
foi uma médica pediatra e sanitarista brasileira, responsável pela
fundação da Pastoral da Criança.
Ela
dedicou a vida à saúde pública com enfoque no combate à
mortalidade infantil, desnutrição e violência contra as crianças
e desenvolveu uma metodologia própria para realizar os tratamentos
preventivos.
Irmã
de Dom Paulo Evaristo Arns, Zilda morreu no Haiti. Ela trabalhava em
uma missão da Pastoral quando o país foi atingido por um terremoto,
em 2010.
Anita Garibaldi
Uma
das mulheres mais reconhecidas da história do Brasil, Anita
Garibaldi é chamada de "Heroína dos Dois Mundos" pela
participação em diversas batalhas tanto no Brasil como na Itália
ao lado do marido, Giuseppe Garibaldi.
Anita
foi muito influenciada pelos ideais do marido. Eles foram parceiros
de vida e de combate: ela aprendeu a usar armas e espadas e foi
combatente na Revolução Farroupilha e Revolta dos Curitibanos,
entre outras.
Tarsila do Amaral
Um
dos principais nomes do modernismo brasileiro, Tarsila criou algumas
das obras emblemáticas do movimento, como o Abaporu.
Mesmo
com formação sólida em Artes Plásticas, nas escolas de Julian e
de Émile Renard em Paris, ela enfrentou dificuldades por ser mulher.
O
primeiro marido se separou dela porque não concordava com a sua
dedicação à arte, e não exclusivamente às tarefas do lar.
Tarsila
dizia querer ser a "pintora do Brasil" e dedicou várias
fases de sua obra às cores, paisagens e cultura brasileiras.
Chiquinha Gonzaga
A
trajetória de Chiquinha Gonzaga é referência tanto para a música
brasileira como para a conquista dos direitos da mulher.
Ela
começou a carreira ainda na época do Segundo Reinado e, embora
tocasse os ritmos populares à época, como valsas e polcas, também
se dedicou a conhecer e divulgar os ritmos brasileiros. Foi autora de
uma das primeiras marchinhas: Ó
Abre Alas.
Casou-se
aos 16 anos e aos 18 decidiu abandonar o marido, que não concordava
com sua atividade musical. Ficou conhecida pela militância política
e foi ativista de grandes causas sociais - especialmente a abolição
da escravatura.
Também
foi a fundadora da primeira instituição arrecadadora e protetora
dos direitos autorais no país.