As máscaras sociais fazem parte do nosso cotidiano
Quais são as suas máscaras?
Podemos
entender as máscaras sociais como os papéis ou as personagens que
desempenhamos em diferentes esferas da nossa vida e que são
fundamentais para garantir a nossa adaptação social.
As
exigências e as pressões do exterior obrigam-nos a encarnar
diferentes personagens, tais como os de profissional, colega, pai,
filho, irmão ou amigo e isso traduz-se na tonalidade de voz, no tipo
de discurso, na imagem e na expressão corporal que adotamos em
diferentes contextos.
As
nossas personagens servem a situação na qual nos encontramos e
saber escolhê-las e usá-las, com consciência e responsabilidade,
sabendo quem é o nosso verdadeiro Eu e que ele está sempre
presente, é um indicador de flexibilidade e saúde mental.
Por
exemplo, se temos de ir a uma festa num dia em que nos sentimos
tristes, vamos escolher e usar um personagem que, por um lado, vai
proteger a nossa intimidade do exterior e por outro, promoverá a
nossa inserção naquele meio. Não nos deixamos de sentir tristes
naquele contexto, mas não é dessa forma que nos queremos
apresentar, sendo portanto útil o recurso a uma personagem cortês e
bem-educada que responda às exigências daquela situação e ao que
é esperado pelo coletivo.
As
maiores dificuldades no uso de personagens surgem quando não existe
um verdadeiro autoconhecimento e o Eu fica identificado à
personagem, fazendo com que a pessoa passe a agir sempre em
personagem sem ter consciência disso. Exemplo disso é o caso de uma
pessoa que passa a falar e a agir identificado à personagem de
workaholic e de autoridade que ocupa no seu trabalho, abordando as
outras áreas da sua vida, isto é, família, amigos e lazer da mesma
maneira, como tarefas a cumprir e a encaixar na agenda. Nestes casos,
a perda de certos cargos profissionais pode ser sentida como uma
perda de uma parte da própria identidade, podendo levar a quadros
depressivos graves.
O
uso adequado de máscaras sociais possibilita experimentarmos o mundo
de uma forma saudável, sem ficarmos reféns da desejabilidade social
e perdermos a nossa identidade entre todos os outros que vão
aparecendo na nossa vida.
Para
além disso podemos considerar que também existem máscaras que nos
ajudam a reforçar a nossa autoestima e a desenvolver as nossas
potencialidades, quando, por exemplo temos de fazer de conta que
estamos seguros, confiantes e à vontade num determinado papel e mais
tarde essas características passam efetivamente a fazer parte da
nossa identidade.
E
você conhece as suas máscaras? Que uso faz delas na sua vida?
Por
Joana
Simão
Valério-Pisicóloga
Comentários
Postar um comentário